Conceitos

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Esta página dispõe de artigos e comunicações de Marcus André Vieira que trabalham diversos conceitos, a partir de uma leitura lacaniana da Psicanálise.
Total de 36 textos.


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A inquietante estranheza, o estranho-familiar, o êxtimo
são algumas das traduções possíveis do Unheimlich de Freud.

Elas nos dão uma ideia do tratamento que Lacan dedica a este afeto, reservando a ele, como sabemos, um lugar de honra em seu Seminário A Angústia. Este texto investiga o ponto de torção entre o estranho e a angústia, com o objetivo de apreender em que medida os dois afetos se articulam. 


O texto examina a relação do amor com a paixão, por um lado, e com o afeto, por outro

Acredito que poderemos, a partir daí, reunir elementos necessários para situar a pulsão com relação ao amor, o que não é explicitamente realizado por Lacan neste seminário, e que nos permitiria interrogar a sublimação.


Sobre a clínica e o nó borromeano no último ensino de J. Lacan

A psicanálise visa uma singularidade a tal ponto radical que escapa a toda apreensão universal. Sua prática é habitada por este paradoxo: na medida em que é clínica, precisa de categorias, mas orienta-se por um real que as dissolve. Clínica Borromeana” é a expressão cunhada por J. A. Miller para resumir o modo como esse paradoxo se torna operatório a partir das indicações de Lacan em seu último ensino com relação ao nó borromeano.


Genealogia da expressão “psicose ordinária”

Expressão promovida por Jacques-Alain Miller, partindo da “clínica universal do delírio”, como “clínica irônica” em contraposição à clínica diferencial das psicoses. 


Que baliza ética é essa que a permite fazer com que a cura venha por acréscimo (e somente assim) e não que a cura seja seu objetivo primeiro? 

Que medida é essa da psicanálise que a distingue das psicoterapias (que têm por medida o sentido, que em última instância é sempre terapêutico).


O que pode orientar o tratamento e descortinar seu horizonte de conclusão realmente desvinculado do ideal?

Para nós, falar de felicidade em ruptura com o ideal é obrigação, caso contrário seremos apenas partidários de mais um discurso sobre o Bem e de mais uma normatização terapêutica.  Abordar o tema a partir de nossas ferramentas clínicas evita este perigo. Ao mesmo tempo estaremos testando-as.


Sobre padrões e as faltas de padrões na saúde mental

Passa-se, agora, definir a doença como entrave a uma função. Correlativamente, a Organização Mundial de Saúde surge como o lugar em que se deposita uma definição padrão de saúde, para a partir dela pautarmos nossas concepções de doenças. Ora, gostaria de propor, seguindo uma indicação de Jacques Alain Miller, que apesar disso, nosso campo, o da saúde mental, define-se pela falta de um padrão.


Sobre as consequências mais diretas no que diz respeito às relações entre a dor de existir e a tristeza.

O sintagma «dor de existir» é utilizado por Lacan em alguns momentos de seu ensino e,  como acontece frequentemente, a leitura lacaniana desloca esta expressão de seu sentido habitual e situa-a em um novo campo discursivo.


Tentarei, neste trabalho, situar em que consistiria este debate sobre a ética da psicanálise a partir de sua articulação com o horizonte necessariamente sexual onde se desloca a psicanálise.

Para tanto, vou me apoiar nas noções de desejo e gozo, ressaltadas no texto freudiano por Lacan, que situam as coordenadas do campo de uma análise em sua vinculação fundamental com a ética.


Entrevista sobre as paixões contemporâneas por Lilian Monteiro para o Estado de Minas


Pequena entrevista com Marcus André Vieira, por Carlos Augusto Nicéas sobre a expressão “o amor do real”.


Da clínica psicanalítica da masculinidade


A constante convocação para um trabalho de escrita resultou nestas “Imagens da letra” – montagem de vários textos que tenta demarcar as diferentes vias percorridas, até então, na abordagem dos aspectos diversos que o conceito da letra implica.

Ainda que apenas alguns assinem o presente texto, registre-se aqui a presença de todos que participaram das discussões.


A pergunta seria: mais de um século desde a Interpretação dos sonhos, ainda se interpretam formações do inconsciente? Para quê? Como?

Adianto minha hipótese: sim. É possível e vale a pena, mesmo com relação aos novos sintomas. No entanto, só posso sustentar essa hipótese, se me apoio em uma definição minimalista e bem geral de interpretação.


Sobre uma neurose de futuro

Resenha do livro Barros, R. (2012). Compulsões e obsessões – uma neurose de futuro.


Sobre mães

Este texto retoma e rearticula passagens dos autores do livro Mães.


Como se articulam o feminino de Freud e de Lacan e as imagens do feminino na cultura? 

Consumista, louca, mas também criativa e empreendedora; não nos faltam figuras do que seria tipicamente feminino. Assumimos, porém, com Lacan, que a mulher não existe no sentido de que seu essencial não tem essência, não se insere no campo da representação.


Uma leitura dirigida, passo a passo, da “Nota sobre a criança”, texto fundamental de Jacques Lacan


O presente artigo pretende abordar a relação fundamental entre o “cômico” entendido como a experiência do riso a partir da relação com o semelhante e o chiste.

O riso a partir da manipulação linguageira do registro simbólico (no sentido que lhe atribui J. Lacan). A partir daí, extraem-se algumas consequências clínicas e teóricas dessa relação. Ou seja, trabalharemos o chiste em sua conexão com o inconsciente fazendo-nos entender a lógica do significante que permeia a experiência psicanalítica. 


Associação cega, não livre

Numa análise, fala-se às cegas.  A proposta talvez seja não exatamente libertar a fala, e sim obter uma novidade no dizer. Com o convite a que se diga o que vem à mente, fazendo de conta isso é possível, provoca-se, na verdade, o dizer outra coisa.



Uma das interpretações possíveis de como podemos ser afetados pelo real de nossos dias.

Acredito que a abordagem lacaniana do afeto pode contribuir para situar o que aflige o psicanalista atualmente. Vou apresentar então uma construção, esboçada na conclusão de meu livro, Ética da Paixão.


Como dar lugar aos monstros do desejo?

Este artigo resume a teoria lacaniana do objeto “a” como resto da constituição subjetiva, tal como proposto em seus Seminários 10 e 11. No entanto, em lugar de fazê-lo com base nas operações de alienação e separação, introduzidas por Lacan nestes seminários, optamos por trazer a função do objeto-resto a partir da distinção entre moral e ética empreendida em seu Seminário 7.


Posto que o objeto em si é necessariamente invisível, aborda-se a contemporaneidade com a seguinte questão: é possível que o objeto tenha tornado-se visível?

Isso não implicaria na implosão da cena erótica ou em instabilidades radicais na estruturação do imaginário do corpo? 


Sobre a teorização lacaniana da angústia

e sobretudo a diferença proposta por Lacan entre passagem ao ato e “acting-out” – são, aqui, retomadas para localizar sua importância. Isso, a partir de situações de pânico coletivo na cidade do Rio de Janeiro, de um episódio autobiográfico de Celso Athayde.
(boa parte deste texto compõe o primeiro capítulo de “Restos”).


O texto traz duas ideias que dizem respeito ao recrutamento pelo inconsciente

Termo que costumamos usar, lembrando que o termo de Lacan referido a essa ideia nesse texto, logo na abertura, é triagem.


Sobre a teoria do signficante de Lacan

Classicamente, uma teoria do signo é uma teoria da representação. Um signo é um “perceptível” que responde por um “imperceptível”, o primeiro representa o segundo. A essa função do signo acopla-se uma teoria da significação: o significado de um signo é a coisa que ele representa.


Proposições lacanianas sobre o objeto a que me pareceram premissas essenciais para abordagem da voz – sua apresentação de mais difícil apreensão e a menos explicitamente delimitada

Várias são as ferramentas conceituais exploradas por Lacan para lidar com este real fisgado pelo significante. Uma delas é assumir que ele pode se apresentar em meio ao material inconsciente como um objeto. Neste caso, será um objeto muito especial, o objeto “a”.  É o que tentarei a seguir, a partir de minha análise, atravessada de ponta a ponta pela manifestação da presença do Outro como voz. 


Este texto faz parte de uma série de artigos que tratam de leituras do Seminário 19 de J. Lacan.


O que sobrevive? O que luta. E quantos mais na luta, melhor. Mas cabe a pergunta: haveria outros modos de resistência, que sejam de sobrevivência, mas não apenas os de luta?

Para os psicanalistas, é fundamental desdobrar a pergunta em: a psicanálise teria alguma contribuição nesse debate?


Vamos nos voltar, aqui, para as indicações de Lacan quanto ao que J. A. Miller, de modo espirituoso, chamou de estatuto japonês do sujeito. 

A possibilidade de um regime discursivo não fundado na profundidade conferida pela premissa fálica sempre levou os analistas a percorrer situações em que haveria uma dificuldade manifesta na instituição da suposição de saber, intrinsecamente solidária à profundidade do eu e essencial para a entrada em análise. Psicose, toxicomanias, psicanálise em crianças são marcos nessa exploração essencial.


Pensar o parceiro-sintoma é um convite a examinar as referências de Lacan no que concerne a passagem de ‘só se goza através do falo’ a ‘só se goza com o sintoma’

O tema do texto desloca-se no horizonte do real do sintoma, não mais tido unicamente como mensagem a ser decifrada.


Sobre o Supereu e o objeto voz

O objetivo deste trabalho é estudar o supereu, percorrendo os caminhos que nos levam a ele como voz de um imperativo interrompido. Buscamos demonstrar que o supereu não está referido às identificações que norteiam o sujeito, mas sim a comandos desnorteadores.


Esse texto retoma parte do curso: A política do sintoma. 

O Orkut e o Facebook como paradigmas da customização sintomática de nossos tempos: a cada um seus modos de gozo (seu sintoma).