“O chão da clínica” – Seminário Clínico EBP-Rio

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Nesta página, você encontra textos que foram produzidos a partir dos encontros do Seminário Clínico da EBP-Rio, coordenado por Marcus André Vieira, em 2025.

A proposta deste seminário foi a de estabelecer um solo comum com relação ao modo como nos servimos, hoje, das ferramentas conceituais da clínica lacaniana.


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O espaço, o vazio, a função do intervalo e de seu uso como corte, é nesses elementos operatórios de uma sessão que Lacan vai basear seu conceito de sujeito, como veremos.

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A transferência é terra imensa. Não é só chão. Assim como o amor, que a fundamenta em grande parte, ela é apaixonante, todo um universo. Então, pensei em propor três ferramentas conceituais com as quais Lacan nos propõe lidar com a transferência (manejar, como se diz).

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Com variações em torno da noção de extimidade, Lacan sintetiza as propriedades do objeto a que são, por ele, declinadas em cinco formas típicas. São diferentes cenários – ficcionais e corporais -, os quais proponho nomearmos como as cinco máscaras do objeto.

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Como uma espécie de ordenação, a fantasia funciona para que se possa sempre encontrar, desencontrando-se. Ela, com Lacan, não é um campo de devaneios livres e criativos, mas, ao contrário, apesar das suas mil variações, esconde um enredo repetitivo.

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Às modalidades que seguem na direção mais desenvolvimentista do ser criança – como um estado ou um momento em que se define uma posição subjetiva – buscamos contrapor o infantil – como um gozo que não tem idade; não envelhece e nunca se torna adulto. Esse infantil, portanto, rima com o fora do tempo do inconsciente.

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A proposta é a de buscar as ferramentas lacanianas de lida psicanalítica com um gozo sem lugar, deslocalizado – gozo que não é, e tampouco faz, um. Nem mesmo como objeto paradoxal.